Violência contra as mulheres é um problema mundial
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada três mulheres é vítima de violência conjugal em todo o mundo. Os dados divulgados nesta sexta-feira (21) revelam que a atenção dada à violência contra mulheres e meninas ainda não foi suficiente.
Para uma redução drástica, a OMS recomenda que os governos invistam mais em mudanças na legislação, ações de combate à discriminação e ampliação do acesso a serviços jurídicos e de saúde adequados. Defende a prevenção da violência contra a mulher, com medidas específicas na saúde, na segurança, na educação e na justiça para que se possa diminuir a desigualdade de gênero, os comportamentos violentos e a estigmatização das vítimas.
Além disso, os autores dos estudos também reivindicam mais apoio às pesquisas e diagnósticos, como também agilidade na prática das medidas que se mostram eficazes.
No mundo
Os estudos apontam que entre 100 e 140 milhões de mulheres jovens e adultas sofreram mutilações genitais, e cerca de 70 milhões de meninas se casaram antes dos 18 anos, frequentemente contra a sua vontade, enquanto 7% das mulheres correm risco de ser vítimas de estupro ao longo da vida, além das consequências dramáticas para a saúde mental das vítimas de violência exacerbada resultante de conflitos e crises humanitárias.
No Brasil
A Lei Maria da Penha foi destacada recentemente no Informe Anual 2013-2014: O enfrentamento da Violência contra as Mulheres na América Latina e no Caribe, relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). De acordo com o documento, o Brasil é um dos poucos países da região, ao lado de Honduras, Equador, Bolívia, Peru e Haiti, que tem uma lei específica para coibir a violência contra a mulher.
Por outro lado, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, também divulgado em novembro, estima que mais de 143 mil mulheres foram estupradas em 2013 no Brasil, baseando-se nas 50.320 notificações, correspondendo a um estupro a cada 10 minutos no país.
Avanços
Além da Lei Maria da Penha, o Brasil tem o programa Mulher, viver sem violência que integra serviços públicos de segurança, justiça, saúde, assistência social, acolhimento, abrigamento e orientação para trabalho, emprego e renda, coordenado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). Outra inicativa é a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher que articula instituições/serviços governamentais, não-governamentais e comunidade para o desenvolvimento de estratégias de prevenção, de políticas que garantam o empoderamento das mulheres e seus direitos humanos, de assistência qualificada às mulheres em situação de violência e de responsabilização dos agressores.
LIGUE 180
É fundamental reduzir a subnotificação, ou seja, incentivar a denúncia e o registro da violência contra a mulher. Para isso, entre em contato com Central de Atendimento à Mulher -Ligue 180.
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